Como o TikTok está mudando a maneira de fazer vídeos

Mês passado (junho de 2021), o TikTok foi o aplicativo mais baixado no Brasil. A plataforma que já foi “coisa de criança”, cada vez mais expande seu público, atraindo de políticos e jogadores de futebol a professores universitários, que veem no TikTok um lugar ideal para divulgar e promover seus respectivos trabalhos. Porém, a rede social com mais 732 milhões de usuários por todo o mundo, não apenas está mudando maneira como se consome conteúdo na internet, mas também a maneira como se produz vídeos.

Do mesmo jeito que a tecnologia progrediu tornando possível gravar em um único aparelho imagem e som – algo inimaginável no início do cinema sonoro, na década de 1930 -, hoje caminhamos para, em um único aparelho, gravar som, imagem, editar e distribuir um vídeo.

Um viajante do tempo ficaria sem dúvidas aterrorizado com o verdadeiro estúdio cinematográfico que carregamos em nossos bolsos, mas essa é a tendência proposta pelo TikTok. Mais que viajantes do tempo, esse movimento está também aterrorizando muitos profissionais do audiovisual e até algumas das maiores big techs, como o Instagram e o Youtube, que veem nesse aplicativo videomaker por excelência uma ameaça. Já é possível ver os efeitos da “Ameaça TikTok” em todos os lugares, como na função reels lançada em 2020 para o Instagram, que mimetiza o formato de vídeos curtos, e o YouTube Shorts, resposta da Google ao aplicativo chinês.

Mas por que isso assustaria profissionais da área? Como dito antes, o TikTok não apenas grava vídeos, como tem acoplado em si uma ferramenta de edição. Isso é uma mudança gigante para o que era visto no YouTube, por exemplo, que demandava não apenas que o usuário gravasse e editasse seus vídeos fora da plataforma, como recompensava criadores de conteúdo que investissem numa captação e edição de qualidade, feitas idealmente por profissionais. Todavia, no TikTok a história é outra. Mais que disponibilizar os meios para que o usuário grave e edite dentro do aplicativo, o algoritmo recompensa aqueles que utilizam essas ferramentas. Assim, não necessariamente é preciso que empresas interessadas na divulgação dentro desta rede contratem um editor de vídeos para auxiliá-los no processo, uma vez que, aqui programas como Final Cut e o Adobe Premiere são de pouco uso. Nesse cenário, um videomaker profissional se destaca, visto que não está preso a nenhuma das etapas do processo audiovisual, mas sim transita por todas, assim como o TikTok.

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